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Alysson, o Embutidor

Atualizado: 10 de dez. de 2020


Há frases que escutamos por acaso e que marcam a nossa vida de tal forma, que são capazes de mudar para sempre o nosso rumo.

Aconteceu com o Alysson, quando se interessou pela agricultura e, fazendo as primeiras pesquisas, leu a frase: "todo o agricultor precisa de saber um pouco de Marcenaria."


Na altura trabalhava no Hard Rock Café. Entrou como bartender e saiu como chefe de compras. Foram anos de muita agitação, aprendizagem e boas amizades. Viveu no Chipre e na Bélgica, sempre a vestir a camisola da empresa. Mas ouvir a palavra "marcenaria" foi o soar de uma sineta que fez despertar uma curiosidade tão grande que o encaminhou para o curso de Marcenaria da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, onde se formou como Marceneiro de Embutidos.


Deixou a restauração e mudou-se para o restauro. Do burburinho de uma sala cheia de clientes para o som das ferramentas na madeira. Da atenção à multidão à minúcia do detalhe. A sua timidez agradece. Introvertido, prefere estar nos bastidores da equipa, mas trouxe a noção de organização e do planeamento.


Tem o super-poder da paciência. É minucioso e gosta de ver o crescendo do processo criativo dos embutidos - de um desenho meio tosco, um pouco estranho e até um bocadinho "rasca" quando terminado o puzzle, há um efeito UAU! de deslumbramento que faz querer fazer mais e melhor.


Diz ter um grande desafio pela frente: transformar a técnica de embutidos numa técnica interessante aos gostos das novas gerações. E é com esse olhar moderno que vai passando e bebendo inspiração pelas páginas de Lison de Caunes e Sam Maloof.


Desde pequeno que sentia que o Brasil não era o seu lugar. Foi ainda em criança que anunciou aos pais: assim que tivesse idade, iria ser emigrante e cidadão do mundo. A irmã ultrapassou-o e chegou primeiro a Portugal. Hoje, tem cá toda a família. E agora tem outra. A família da Marcenaria Artística Pereira!

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